A EDUCAÇÃO ALÉM DOS MUROS DA ESCOLA - RBEIRÃO PIRES É UMA ESCOLA

 


Expandindo o conceito de cultura popular, as escolas podem considerar os costumes, tradições e a cultura do local ou região onde estão inseridas. Pensar em tradições e na história que os territórios contam e alinhar esses conhecimentos ao projeto político-pedagógico (PPP) pode enriquecer as possibilidades de aprendizagem dos estudantes. 

Agentes de aprendizagem

Neste texto, apresento possíveis agentes de aprendizagem e formas com quais crianças, jovens e até mesmo adultos podem aprender com os territórios. Esses potenciais educativos subdividem-se em agentes, espaços ou dinâmicas. 

  • Os  agentes  representam pessoas, coletivos ou instituições (públicas ou privadas) que atuam direta ou indiretamente naquele local; 
  • Os  espaços podem ser de dentro e de fora de escolas, museus, organizações da sociedade civil, equipamentos públicos e diversos outros locais que sejam dotados de significado e identidade, conferindo a eles valor afetivo e social; 
  • As  dinâmicas  são os processos sociais e naturais que ocorrem nos territórios, como eventos climáticos, problemas sociais e ambientais, intervenções urbanas, mobilizações culturais e sociais, entre outros. 

Como podemos aprender com esses agentes?

Os saberes de pessoas mais velhas que moram na região há décadas, por exemplo, podem ser levados para dentro da sala de aula em um projeto sobre memórias, ou sobre a história do bairro onde a escola se encontra.

Uma praça ou área verde pode servir como espaço de aprendizagem, tanto para aprender conteúdos pedagógicos sobre geografia ou biologia, ou para fazer um mutirão de limpeza e aprender conceitos como cidadania, respeito ao próximo e cuidado com o espaço coletivo.

Uma aula de artes pode trocar a exibição de obras no computador por uma proposta de releitura de um grafite da região. Já as aulas de ética e cidadania podem acontecer no contato com organizações sociais do entorno da escola. Entre muitos outros!

Além da sala de aula

Essas propostas estão ligadas pela ideia de que é necessário ampliar o conceito de aprendizagem para além dos muros da escola. Ao romper, figurativamente, as paredes da sala de aula, diretores, coordenadores, educadores e alunos verão que as oportunidades de aprendizagem se multiplicam. Afinal, as experiências que são trazidas para uma formação integral do sujeito muito além do que é determinado pelo currículo escolar. 

Nesse contexto, outro ponto importante é o professor trabalhar sua própria compreensão a respeito de seu papel, que deixa de ser o detentor de todo o conhecimento e passa a ser um agente direcionador e mediador, que vai filtrar e possibilitar diversas oportunidades de aprendizado aos alunos . 

Aprendizagem ativa

Mais do que diversificar o ambiente da sala de aula e reconhecer que os territórios têm muito potencial de ensino, expandir os muros da escola e promover uma conexão com a comunidade é uma forma de promover metodologias ativas de aprendizagem, que colocam o aluno como protagonista do próprio aprendizado. 

Visitar um museu, elaborar e conduzir uma entrevista com um morador, conversar com comerciantes da região, entender como representantes da comunidade organizam uma festa local ou unir esforços para limpar uma praça são propostas que exigem que o aluno saia de uma posição de conforto, se questione, pense sobre muitos temas e se envolva com a atividade. 

Além disso, essas vivências possibilitam que os estudantes acessem saberes da comunidade e dividam com os colegas seus próprios conhecimentos prévios, o que pode ser um importante aliado na construção de aprendizagens significativas. .

Para se inspirar

Que tal conhecer a história real de uma professora que propôs a revitalização de uma praça próxima à escola em que trabalhou? A ideia surgiu a partir do relato de um estudante, que conto que o espaço estava abandonado desde que seu avô, que cuidava do local, faleceu.




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